No dia 13 de junho o governo do Iraque determinou o bloqueio do acesso ao Facebook, Google, Twitter, YouTube e outros sites, como uma das medidas para conter a ofensiva do Estado Islâmico no Iraque e no Levante – EIIL, uma milícia jihadista criada em 2004, conhecida por seu uso de mídias sociais para organizar sua insurgência.
Facebook blocked in #Iraq. Govt fears it was used by #ISIS to organise & mobilise
— Martin Chulov (@martinchulov) June 13, 2014
Facebook, Youtube & twitter blocked in #Iraq. | @akhbar
— Jenan Moussa (@jenanmoussa) June 13, 2014
Nos últimos dias, o Iraque vem enfrentando uma forte crise institucional e de segurança. O grupo miliciano EIIL (considerado muito radical inclusive pelo Al-Qaeda) tomou o controle de algumas cidades iraquianas de forma radical, inclusive promovendo terror na região.
O pesquisador Shiras Maher explicou ao theguardian ser comum que os grupos jihadistas usem Twitter, Facebook e Instagram para espalhar informação e atrair apoio. Mas destaca que o EIIL criou uma verdadeira marca, disseminando uma narrativa sedutora e empregando uma iconografia poderosa, inspirando milhares de pessoas em todo o mundo a se juntar ao grupo. Ao mesmo tempo em que o grupo controla as publicações individuais pelos telefones de combatentes, os perfis institucionais mostram um plano claro para zerar as críticas e promover uma imagem de vanguarda benevolente.
Algumas das empresas já se pronunciaram sobre o bloqueio:
“Estamos perturbados pelos relatos de problemas de acesso no Iraque e estamos investigando. Limitar o acesso aos serviços de Internet – essenciais para a comunicação e comércio para milhões de pessoas – é uma questão de preocupação para a comunidade global” – porta-voz do Facebook.
“Estamos vendo relatos de que alguns usuários não são capazes de acessar o YouTube no Iraque. Não há nenhuma questão técnica do nosso lado e nós estamos olhando para a situação” – porta-voz do YouTube.
Users in #Iraq are reporting issues accessing our service. We’re investigating their reports and we hope service will be restored quickly.
— Twitter Public Policy (@Policy) June 13, 2014
Em consequência, e assim como havia ocorrido na Turquia após o bloqueio ao Twitter, no Iraque já se aponta um aumento no uso da rede de anonimato Tor:
https://twitter.com/GalouGentil/status/478804132527349760
Em resposta, o governo iraquiano bloqueou também o acesso ao site oficial do projeto. Ainda que não seja capaz de interceptar as comunicações realizadas pela rede Tor, essa ação do governo dificulta o acesso ao programa e às instruções de uso da ferramenta. Imediatamente, ativistas se mobilizaram para por em funcionamento sites espelho que permitissem o acesso dos iraquianos. Foi criada ainda uma página em árabe, fornecendo subsídios para o uso dessa rede.
Fontes:
- Aqui estão as regras arcaicas impostas pelo derivado do Al-Qaeda que está dominando cidades no Iraque e na Síria | Business Insider
- Crise no Iraque: Twitter, Google, YouTube and Facebook bloqueados pelo governo para parar a conspiração do EIIL | IBTimes
- A assustadora ascenção do EIIL: US$ 2 bilhões em pilhagem, assassinatos online e um exército em ação | theguardian
- Al-Qaeda nega qualquer vínculo com o grupo islâmico radical EIIL na Síria e no Iraque | The Washington Post
- Iraq shuts down social media to prevent government overthrow (updated) | VentureBeat
1 Comentário